Retórica Pornô

domingo, 28 de março de 2010

O corpo editado


Queridas e queridos discentes, uma notícia despertou minha curiosidade e creio que nos interessa no que discutimos em nossas aulas.
Em breve abordaremos as questões de corpo e identidade na propaganda, então, já vamos acalorar o debate:


Uma notícia para deixar de cabelos em pé atrizes como Fernanda Young ou "modelos-e-atrizes" do BBB: está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei que obriga imagens tratadas com Photoshop a virem com a advertência "Atenção: imagem retocada para alterar a aparência física da pessoa retratada".

O projeto será analisado pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Projeto de Lei 6853/10, do deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), dirige-se inicialmente apenas a imagens publicitárias, o que eliminaria, por exemplo, os "banhos de Photoshop" que revistas masculinas promovem nas fotos de suas modelos nuas.

O projeto prevê multa de R$ 50 mil para quem desobedecer a lei. Wladimir Costa, autor do projeto, é um cantor de música brega e radialista sensacionalista paraense que, durante a campanha eleitoral, subia só de cuecas em trios elétricos para chamar a atenção para sua candidatura.

Segundo ele, o objetivo da proposta é acabar com a "idealização" do corpo humano. Projetos semelhantes também já estão em discussão na França e na Inglaterra. Ambos propõem que os anúncios sejam mais realistas e as imagens sofram menos intervenções do Photoshop.

Fonte: http://tecnologia.br.msn.com/noticias/artigo.aspx?cp-documentid=23725938



Por Vinicios Ribeiro


Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 13:14 7 comentários:

quinta-feira, 25 de março de 2010

Travestis e Transexuais: o ontem e o hoje

A palavra travesti é de origem francesa e remete a ação de disfarçar.  No Brasil, a travesti artista se tornou popularmente conhecida nas décadas de 80 e 90. Em programas de auditório como "Programa do Bolinha" e "Programa Silvio Santos" belas travestis transformistas se apresentavam como dublês de divas do cinema e do rádio. Mas, muitas vezes, eram tratadas como "seres estranhos e exóticos" pela mídia massiva.

Travestis e Transexuais, diferente do que muita gente pensa, não possuem as mesmas características. A travesti tenta incorporar o máximo da feminilidade para si, vive durante todo o tempo como mulher e ambiciona despertar o desejo dos homens. Já a transexual sente-se uma mulher em corpo errado, em corpo de homem, por isso deseja reconstruir-se e se tornar sexualmente mulher.

Com o fim do regime militar e as lutas pela liberação sexual, a figura da travestilidade começou a fazer parte do imaginário coletivo e urbano da sociedade brasileira. Uma imagem, geralmente, vinculada a prostituição e infelizmente inferiorizada socialmente.

Atualmente, em muitas novelas televisivas observam-se abordagens cômicas para personagens travestis. Tal representação é totalmente ficcional, visto que na vida real uma abordagem dramática talvez seja mais pertinente. Digo isso, pois a discriminação existe e a mídia parece-me pouco se importar com a mudança dessa realidade de exclusão.

(Lívia Marques)
Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 18:11 9 comentários:

sexta-feira, 19 de março de 2010

Só no blá blá blá

Os bate-papo estão fora de moda. Há uns 10 anos (estou sendo exagerada?) atrás, era uma das formas mais comuns de conhecer pessoas novas e compartilhar algumas ideias...
Hoje já existem tantos outros tipos de comunicação virtual mais diretos e 'seletos' que já nem se usam com tanta frequencia os antigos chats. 

"Vamos nos encontrar às 18h na sala Goiânia II do bate-papo da UOL?". Aposto que vocês já não ouvem mais essa frase vinda de algum amigo. É muito mais fácil (e seguro) trocar algum scrap pelo orkut, um recado pelo facebook ou falar rapidinho no msn. Então qual é o público restante que ainda procura os bate-papos?



Nada melhor do que fazer, nós mesmos, uma experiência e encontrar esse resultado. Foi essa a ideia sugerida pelo professor Vinícius, e que rendeu algumas conclusões que antes não tínhamos com tanta convicção. A diferenciação já surge na escolha do nick (ou apelido). Se você entrar como mulher:, os homens virão prontamente falar com você. Se entrou como homem, espere um outro homem dar o primeiro passo econversar com você, ou vá você mesmo procurar mulheres. É assim, até o bate-papo tem esse caráter 'conservador' - por mais irônico que isso possa parecer - e de certo forma, machista. Os homens vão à caça, as mulheres precisam apenas e sentar e esperar pelo cortejo de seu parceiro. 

No meu caso, pela primeira vez na 'tarefa de casa' optei por entrar como homem, o Pedro_GYN. A primeira (e única) pessoa a vir falar comigo foi Edvaldo, mais conhecido como duduhx, homossexual passivo. Sim, passivo. Porque é uma das primeiras informações que recebo. O bate-papo se caracteriza por isso: a falta de pudor e o 'ir direto ao ponto'. Se é sexo que você quer, pra que ficar enrolando nas apresentações? Edvaldo deixou bem claro ser um dos perfis mais comuns em chats: o carente. Frizava sempre o fato de querer uma boa companhia, sair com um cara legal, etc etc etc. Outra característica interessante dessa prática é a liberação, principalmente sexual. Ali, protegido por sua tela do computador, a pessoa pode assumir sua sexualidade, que muitas vezes não é assumida para a sociedade. É uma forma de ser quem quer ser, sem poder ser julgado. Se alguém não gostar de você, é só clicar na 'x' ao lado, e tchau convívio/conversa forçada.

A naninha_16, minha personagem feminina, já foi mais acediada. Nos 3 primeiros minutos, mais de 10 homens vieram tentar algum tipo de conversa. Nenhum citou o sexo logo de cara, mas já queriam saber a idade e se possuía msn ou webcam. Uma pergunta muito frequente também é a "Como você é?", que pode ser muito bem mascarada através de uma mentira ou ser simplesmente enganosa: não é porque é alto, loiro dos olhos azuis que alguém vai ser necessariamente um deus grego. O mais interessado, porém, foi o Kzadoquernamorar, representante comercial de 30 anos, casado há um, a procura de aventura e sexo com outras pessoas pelo sentimento de perigo e novidade. Acho que se eu perguntar a vocês o que ele achava da mulher dele um dia pensar em fazer o mesmo vocês já vão saber a resposta...



Muitos assuntos podem se desencadear depois desse, como o preconceito implícito que temos e muitas vezes se aflora ao conversarmos com alguém que não conhecemos nem podemos ver, ou os fetiches da sociedade que podem ser extravasados ali... Mas como muito disso foi discutido em sala, gostaria de saber a opinião de vocês em relação a uma coisa que não falamos na última segunda-feira: ainda é possível achar um 'amor' e construir um relacionamento verdadeiro através desse tipo de bate-papo? 

(Gabriela Santillo)
Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 14:57 16 comentários:

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sexo Virtual Tátil

     A intenção do curta que retrata "o encontro amoroso de 3 plásticos e o distanciamento nas relações entre os seres humanos na sociedade tecnológica” tanto pode agradar como desagradar completamente. Ao abrir uma discussão sobre plastificação do sexo e as relações humanas no mundo moderno, o diretor Marcius Barbieri não teve medo de ousar.
      Em seus 8 minutos, o filme usa e abusa de cenas de sexo com uma boneca inflável, que ocupam grande parte das cenas. Ao fazer isso o diretor se arriscou. Os espectadores podem interpretar essa opção através de diferentes pontos de vista. E esses pontos de vista podem ser, muitas vezes, subjetivos.
      Há quem pense que isso é bom porque choca e abre a reflexão e há quem compare o filme a um pornô apenas. Existem pessoas que podem apenas achar o filme nojento, ao mesmo tempo, existe quem acredite que  o vídeo abra discussões sobre o quanto alguns suportam o tema da sexualidade em uma linguagem mais direta. Todas as opiniões bastante sustentadas pela subjetividade.
     Sendo assim, Barbieri pecou pelo exagero, intencional ou não. Sendo um pouco mais sutil, talvez ele conseguisse ser mais claro em sua intenção e em suas provocações. Muita gente pode apenas se assustar com o exagero e não pensar em discussão alguma.

     Mas, com certeza, é uma ótimo tema. Tanto que o filme já rendeu vários prêmios a seu diretor:  Melhor vídeo no Festival de Vitória 2003, Melhor Ator no Mostra ABCV do Cinema Brasiliense 2004 e Melhor Direção de Arte no Mostra ABCV do Cinema Brasiliense 2004.

(Angélica Queiroz, 7º período, Jornalismo)
Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 12:44 5 comentários:

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sobre revoluções e sutiãs...

Ação de operárias russas em 1917 que derrubou a monarquia e originou o Dia Internacional da Mulher


Muitos atribuem o surgimento do Dia Internacional da Mulher à repressão sofrida por um grupo de 129 operárias que, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque, teriam provocado uma greve e sido vítimas de um incêndio criminoso dentro da fábrica têxtil em que trabalhavam. Elas reivindicavam a redução das 16 horas de trabalho diárias para 10 horas, além de melhores salários - elas recebiam menos de um terço do salário dos homens. Entretanto, estudiosos afirmam - e possuem provas documentais - que este incidente ocorreu apenas em 25 de Março de 1911. O prédio de três andares onde funcionava a fábrica era de madeira e o fogo teria se espalhado rapidamente, matando 146 pessoas, das quais 125 mulheres.

Conforme diz a jornalista e mestranda em Ciência Política da PUC-SP, Maíra Kubík Mano, "o 8 de Março foi fruto do acúmulo de mobilizações no começo do século passado". Diversas outras datas marcaram protestos e comemorações ligadas ao Dia da Mulher pelo mundo.

Um movimento significativo ocorreu nos Estados Unidos, aos 3 de maio de 1908, quando 1.500 mulheres se organizaram para reivindicar igualdade econômica e política no dia consagrado à causa das trabalhadoras. No ano seguinte, a data escolhida pelo partido socialista para uma comemoração foi a de 28 de fevereiro, que reuniu cerca de 3 mil pessoas em pleno centro da Nova Iorque, na ilha de Manhattan. Os ideais atravessaram o Atlântico e chegaram à  Europa. Foi de lá que surgiu a semente da criação de um Dia Internacional da Mulher, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres, realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 1910. Clara Zetkin, militante e intelectual alemã, foi um nome importante naquele contexto.
Incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, em 25 de março de 1911, 
 popularmente tido como marco do Dia da Mulher


Em 8 de março de 1917 foi a vez da Rússia. Operárias realizaram uma ação política contra a fome, contra o czar Nicolau II e a participação do país na Primeira Guerra Mundial. Esse episódio desencadeou uma revolução. O líder Leon Trotsky registrou assim esse evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”. Tudo isso desencadeou a derrocada da monarquia no país.

Como apresenta a pesquisadora canadense Renée Coté, o dia 8 de Março foi definitivamente estabelecido em 1921. Em documentos da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas constam referências à "camarada búlgara que propôs o Dia Internacional da Mulher, lembrando a iniciativa das mulheres russas”. Mas com as Guerras Mundiais a data permaneceu em um quase esquecimento até os anos 60, quando o movimento feminista tomou corpo, principalmente após o episódio que ficou conhecido como a "queima - ou fogueira - de sutiãs". No dia 7 de Setembro de 1968, como um ato de libertação, mulheres protestaram - durante o concurso de Miss America, nos Estados Unidos - contra o padrão estético imposto, saindo às ruas de Atlantic City levando símbolos femininos, como o sutiã.


1968, Atlantic City, mulheres tiram os sutiãs em forma de protesto ao
padrão de beleza imposto pelo concurso de Miss America

Depois de tanta história um questionamento é válido: Um século depois, o que de fato mudou? As mulheres conquistaram seus direitos? Hoje homem e mulher têm o mesmo peso diante da sociedade? O que já foi alcançado? O que falta melhorar? Algumas situações colocadas abaixo nos fazem pensar. De Amélia a Pagú, onde estão as mulheres de hoje, e quais seus ideais (o que querem)? Deixe seu comentário.


E na semana do Dia Internacional da Mulher...


"A pré-candidata do PT à Presidência da República nas eleições de outubro, Dilma Rousseff, defendeu hoje que o cargo seja ocupado por uma mulher. 'Sempre me perguntam se uma mulher está preparada para ser presidente. O Brasil está preparado para ter uma mulher presidente e as mulheres, em geral, estão preparadas para isso', afirmou. "
Jornal “O Globo” – 09/03/2010



Cai diferença de jornada entre homens e mulheres, diz IBGE
Mesmo com avanço da escolaridade, diferença de renda persiste em cerca de 30%
Jornal “Folha de São Paulo” - 09/03/2010


Conquistas das mulheres, por Nilcéa Freire*

A igualdade entre homens e mulheres é um processo em permanente construção. O movimento feminista deu visibilidade à luta contra o sexismo, questionando a inferiorização e a subordinação das mulheres. Agora, o desafio é garantir que direitos fundamentais sejam integralmente vividos e partilhados por todas. Discussões sobre o aumento da licença-maternidade (e da licença- paternidade ou parental) e a adoção de ações afirmativas de gênero estão sendo travadas e devem ser consideradas em conjunto pelos governantes e pela sociedade civil como políticas vitais para garantir condições dereprodução da vida.
[...]
Uma poderosa narrativa de desconstrução das desigualdades históricas entre homens e mulheres está se constituindo a partir da denúncia da invisibilidade do trabalho das mulheres no espaço doméstico e do questionamento da sua posição secundária na sociedade. A equidade de gênero tornou-se questão de Estado, e a formulação das políticas para sua conquista conta com ampla participação social. O princípio de igualdade entre homens e mulheres deve ser compartilhado por toda a sociedade e exige a participação de todos e todas em um permanente exercício de respeito à alteridade ede construção da cidadania.
*Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Jornal “Diário Catarinense” – 11/03/2010


"Goiânia é palco de um crime passional às vésperas do Dia Internacional da Mulher. O vigilante e instrutor de tiros, Marcos Gomes Cruz, no dia em que completava 45 anos, assassinou com um tiro abaixo da clavícula a ex-companheira, a empresária Eliana Maria Borges, 43. [...] Segundo pessoas ligadas à vitima, Marcos e Eliana mantinham um relacionamento que terminou há cerca de um mês."
Jornal “Diário da Manhã” – 08/03/2010


Pela primeira vez uma mulher ganha o Oscar de melhor direção
Kathryn Bigelow ganhou o prêmio por 'Guerra ao Terror'.
Ela concorreu com o ex-marido James Cameron, diretor de "Avatar".
G1.com.br - 08/03/10


"Ver uma mulher no topo do organograma de uma empresa no País é algo ainda raro. Pesquisa realizada pelo Insper (antigo Ibmec) em 370 companhias de vários portes mostra que elas são as presidentes ou diretoras gerais em 8% dos casos. E, quando a companhia possui um conselho de administração, as chances de uma mulher ocupar o cargo mais alto são ainda menores, observa o levantamento. Nesse universo, a taxa cai para 5%."
Jornal "O Estado de São Paulo" - 11/03/2010


(Publicado por Taynara Borges)
Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 05:56 3 comentários:

quinta-feira, 11 de março de 2010

SURPLUS



O documentário sueco Surplus, dirigido por Erik Gandini é mais um documentário alertando sobre o trágico futuro que a humanidade terá, caso continue se desenvolvendo e consumindo freneticamente sem se preocupar com as consequências disso. No entanto, consegue levar essa linha batida de forma bem humorada, contrapondo o discurso capitalista ao socialista, nos mostrando que ambos os regimes econômicos são duas formas falidas.

Para realizar o documentário o diretor viajou cerca de 3 anos, passando por países como Estados Unidos, Cuba e Índia. Gandini quer levar o espectador a uma reflexão sobre o consumismo desenfreado, sobre o terror do consumo no qual – segundo ele – vivemos.  Ele afirma que a nossa liberdade está limitada a apenas escolher entre as marcas: Vai levar A, B ou C? Não temos o direito de não escolher.


O desejo é o combustível do consumo. Um desejo sexual, por exemplo, pode levar às pessoas desembolsarem cerca de 7 mil dólares para adquirir a boneca do amor. É o cliente que escolhe cada detalhe da boneca, desde o tipo de corpo e tamanho dos seios, à cor do cabelo e tamanho do “orifício”, como é mostrado no documentário. Então, é aqui que me pergunto, até onde isso é um consumo saudável? Até onde vai a reificação de corpos?

Comprar um corpo para fazer sexo parece estampar que o subjetivo está dando lugar ao objeto e que as relações sociais e afetivas estão se perdendo nesse trajeto. O corpo parece estar desvinculado da mente, é apenas um emaranhando de células que juntas criam um formato que provoca tesão. E o sentimento? E as relações? De onde eu venho, as pessoas encontram parceiros sexuais no trabalho, na faculdade, nas festas e bares... elas precisam sair e interagir. Agora já podemos comprar um parceiro sexual e depois de usá-lo o próximo passo é guardá-lo no armário. Os fabricantes garantem que o tato é praticamente o mesmo e, além do mais, não é preciso se preocupar se o seu parceiro gozou ou não.

Mas e se isso não passar de um fetiche? Talvez minha miopia social tenha se agravado. Mas não vejo como um problema o fato de uma pessoa adquirir uma “boneca do amor” para brincar enquanto estiver sozinha - desde que essa pessoa não resuma a sua vida a ficar sozinha, claro.

Afinal, esse questionamento surgiu após eu ver o documentário. Documentário o qual segue a linha de pensamento de um anarquista chamado John Zerzan, que  demoniza o consumo e as novas tecnologias. Intrigante mesmo é pensar que Surplus ganhou a projeção que tem graças à internet – uma nova tecnologia.

[por Gláucia França - Relações Públicas, 7º período]
Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 16:40 6 comentários:
Marcadores: Surplus Corpo Consumo

Comunicação, Corpo e Consumo


O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes - 1956 - Richard Hamilton

"O corpo como meio de expressão e comunicação. O indivíduo e sua inserção na cultura da mídia. Publicidade, imagem e moda. Arquétipos e estereótipos de corpos nos meios midiáticos. Corpo e propaganda. Ressignificação do corpo pela cultura e pelo consumo. Fronteiras entre o corpo erótico e o corpo pornográfico. Disciplinas e controles corporais. Espetacularização do cotidiano e o exercício das sexualidades."

O que esta ementa nos coloca enquanto desafio acadêmico? Pornografia não é o mais baixo lixo da cultura de massas, destinada apenas ao consumo privado? Viadagem? Futilidades...
Não. Não. Não

Se hoje podemos estudar gênero, sexualidade e comunicação entrelaçados em uma disciplina acadêmica, muito devemos às conquistas feministas e aos movimentos de liberação sexual que aumentaram os decibéis de suas vozes na década de sessenta. Daí pra frente movimentos que lutavam e lutam pela justiça erótica e livre vivência das orientações sexuais endossaram o canto.

O que proponho (olha que pretensão!) nessas aulas ( segunda-feira e ainda pela manhã, rs!) é suscitar debates à cerca das corporeidades contemporâneas e suas veiculações nos múltiplos tecidos que compõem as teias das mídias. E pra chegarmos até o chão, ao som da boquinha da garrafa e do créu, vamos historicizar esse corpo, partir de foucault pra encontrar com Carla Perez, tomar uma "devassa" com a Paris Hilton, e colher dicas de silicone em corpos masculinos com os gêmeos Flávio e Gustavo, etc.

A disciplina é dividida em cinco unidades que vão desde as concepções pré-biológica do corpo, caminhando em sua materialização e circunscrição social, visitando a quebra do binarismo de gênero referenciada na experiência transexual e travesti, aferventando a água das orientações sexuais e também considerando diferenças e semelhanças (muitas, muitas, muitas) entre erotismo e pornografia.
Questões que contemplaremos em nossos estudos flertam com à moda, publicidade, anorexia, obesidade, artes visuais e a colonização do interior corporal.

Este blog existe para a interação de todos nós que estamos nesse processo de aprendizado e semanalmente será atualizado por mim (vinicios) e por mais dois discentes que produzirão postagens relacionadas a esse amplo universo de corpo e comunicação. Mais que um registro perdido nesse infinito ciberespaço, é o vestígio dessa aventura e dessas/es aventureiras/os do primeiro semestre de 2010 na Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG.

Vinicios Kabral Ribeiro
Professor da disciplina




Postado por Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura às 13:49 9 comentários:
Postagens mais recentes Página inicial
Assinar: Postagens (Atom)

- Seguidores

- Minha lista de blogs

  • Essa mulher.
    Sobre nada...
    Há 15 anos
  • Arena 2.0

- Arquivo do blog

  • ▼  2010 (59)
    • ►  novembro (6)
    • ►  outubro (1)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (3)
    • ►  junho (15)
    • ►  maio (13)
    • ►  abril (12)
    • ▼  março (7)
      • O corpo editado
      • Travestis e Transexuais: o ontem e o hoje
      • Só no blá blá blá
      • Sexo Virtual Tátil
      • Sobre revoluções e sutiãs...
      • SURPLUS
      • Comunicação, Corpo e Consumo

- Colaboradores

  • Emilio
  • Gabriela Santillo
  • Gil
  • Janaina Eleutério
  • Paulenio Albuquerque
  • Seminário Temático II: Comunicação, Corpo e Cultura
  • Vereador Marcelo Curicas
  • ♥Jê♥
Tema Viagem. Imagens de tema por wibs24. Tecnologia do Blogger.