sábado, 26 de junho de 2010

O último apaga a luz!

‘No escurinho do ‘cinema’ 
Chupando ‘drops’ e ‘anis’ 
Longe de qualquer problema 
Perto de um final feliz.’
(adaptando Rita Lee)

    A fresta ilumina o interior da caverna e reflete sombras/elementos/fragmentos do mundo externo. Em certa medida, imaginar o dark room nos remete ao Mito da Caverna de Platão. Um lugar sem leis, sem regras, sem julgamentos, distante da nossa normatizada realidade. E se desacorrentarmos os seres humanos, mantê-los ali e percebermos a socialização? Homens bárbaros com conhecimento limitado pelas paredes e sombras, brutos, verdadeiros animais em busca de prazer carnal. Chega a assustar.
    A pesquisa de campo trazida por Maria Elvira nos revela outra faceta desse cenário. Sim, existem regras de gesto e linguagem. Sim, há comunicação no silêncio. Sim, o dark room constitui um ritual. Um ritual atinge um grau de organização. Mais ainda, o dark room reflete por vezes rituais de conquista comuns do “ambiente externo”: os belos são cobiçados, enquanto os feios e excluídos apostam suas chances no escuro.
    O desejo do olhar é transferido para o toque, e as sensações penetram pela pele e “neurificam” em prazer. @s bich@s-papões saem do escuro e isolado mundo de debaixo de camas ou dentro de armários, e vão interagir em outros ambientes na escuridão, elemento que já se habituaram. Homens que a seu modo buscam o prazer em outros locais, fora do santuário do quarto. Para entender o dark room só mesmo tentando enxergar como eles: apagando as luzes e abrindo os olhos.


Bruno Vieira
Nathália Carneiro
Paulenio Albuquerque
Percepção sobre as práticas sexuais realizadas no dark room

As práticas sexuais existente no ritual da escuridão e do silêncio exercido no dark room estudado por Benítez são a representação das práticas sexuais exercidas dentro de quatro paredes. Em um quarto os indivíduos envolvidos em uma relação sexual pouco ou nada tem a dizer, mas sim a fazer. Os gestos, toques são muito mais importantes e por isso dizem muito mais do que a fala propriamente dita, o que torna o texto de Benítez algo sem profundidade e relevância.
No dark room as palavras são deixadas de lado e substituídas por gestos e toques, um ritual de interação que privilegia o tato, o que deixa o ambiente cada vez mais misterioso e convidativo aos amantes do inusitado. Este espaço se torna intrigante a partir do momento em que se pensa: como ter relacionamentos (sexuais) com diversas pessoas sem nenhuma palavra? O ato de acariciar e deixar se acariciado é início de um “dialogo”, que inserido na linguagem corporal, é composto por gestos, toques e emoções que preenchem todo um campo de significados.
Confidencialidade, essa é chave para que o dark room seja procurado por aqueles que buscam prazer momentâneo. Os freqüentadores deste quarto estão a procura de novas sensações, sexo casual e acima de tudo fugindo de julgamentos, preconceitos e da criação vínculos. Movidos pelos gestos, estas pessoas estão inseridas em um ritual, o ritual do prazer, em que se posicionam, se movem e se arranjam em busca dele no meio de uma escuridão silênciosa.

Cristiane Rodrigues, Janaina Eleutério, Jean Pierre, Nathana Oliveira e Samantha de Paula

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nas escuras...

Maria Elvira Díaz fez um trabalho bastante interessante á respeito do tão curioso "Dark room"... Gostamos da forma com que a autora tratou o tema, usando a Antropologia Ritual para embasar e argumentar o assunto. Achamos fantástica a ideia de fazer uma etnografia sendo uma observadora acompanhante ao invés de observadora participante ou seja, ela não participa do ritual, apenas observa e acompanha. É bom também enfatizar que ela não usou os sons para fazer seu trabalho, apenas os gestos e as performances. Em nosso ponto de vista ela foi bastante audaciosa ao tratar de um tema tão misterioso e ao mesmo tempo vítima de pré-conceitos.

Achamos interessante o poder que o escuro tem de soltar e desprender as pessoas. Com as luzes apagadas tudo é permitido. Com certeza a maioria dessas pessoas não teria coragem de praticar tais rituais se as luzes tivessem acesas. O escuro também remete a um descomprometimento em relação aos parceiros, pois entendemos que as pessoas de fato não querem saber quem são seus parceiros, onde moram, como vivem, as pessoas querem apenas prazer. Outro aspecto importante a ser destacado é o fato de se ter pouquíssimos diálogos entre os parceiros, predominando assim exclusivamente a linguagem corporal, sendo que cada gesto tem uma função bastante especifica nas relações.

Não sei se é por nossas crenças, princípios, tradições... Mas particularmente não concordamos com os rituais que acontecem no “Dark Room”. Talvez seja uma forma bastante extremada de busca pelo prazer. Não por se tratarem, em sua maioria, de práticas homoeróticas, mesmo se fossem entre casais héteros acharíamos a prática bastante exagerada e inconsequente. Sem contar que tais rituais são facilitadores para a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, fora outros danos irreversíveis que esses atos podem trazer para seus praticantes.


Danielly Lopes e Laura Rincon

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Confidencialidade = Dark Rooms

Darkroom, palavra que em inglês siginifica “quarto escuro”, refere-se a um quarto ou sala com baixa iluminação ou completamente escura, existente em alguns bares ou saunas.

Sua finalidade precípua é propiciar atividade erótica ou sexual entre os presentes de maneira quase anônima em virtude da escuridão, concedendo sigilo e diminuindo a inibição dos presentes.

Fruto da maior liberdade sexual buscada no Ocidente a partir da década de 60, os Darkrooms começaram aparecer nos Estados Unidos nos anos 70 em boates gays. Hoje, esses estabelecimentos também abarcam o público heterossexual.

Analisando a pesquisa promovida por Maria Elvira Díaz Benitez, percebemos que a palavra-chave dos Dark Rooms é “confidencialidade”. As pessoas que participam não se conhecem, se veem apenas através de vultos em meio à escuridão, mas compartilham seus corpos em busca de prazeres sexuais.

Após a procura da satisfação, deixam o local e desaparecem sem serem identificados e sem criar vínculos. É valorizado o prazer momentâneo, instantâneo, nada mais.

Maria Elvira, em seu artigo, ainda cita que o sigilo é tão valorizado que os frequentadores poucas palavras trocam, comunicando-se apenas por gestos, por toques e por sensações proporcionadas.

Tais ambientes, permeados pela ideia de liberade sexual, compartilham também o conceito de promiscuidade, e trazem em si consequências graves de saúde pública, em virtude das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

Grupo:
Heloane Grecco e Lívia Marques

terça-feira, 22 de junho de 2010

Dark Room - Um ambiente sem julgamentos

A partir da leitura do texto Dark Room aqui: um ritual de escuridão e silêncio de Maria Elvira Diaz Benitez percebi que este ato em silêncio, no escuro, feito através de gestos, que transcende as palavras também preenchem lacunas de inúmeros significados.
Sendo um deles um quesito que não foi explorado no texto lido, o fato de ser um ambiente sem julgamentos.
Aqueles homens (em sua maioria) não estão ali porque são pessoas sem moral ou whatever, são pessoas que tiveram sua sexualidade silenciada pela sociedade e o dark room é um ambiente livre, em que todos estão aptos a se expressarem. 
Todos que se encontram ali possuem uma cumplicidade entre si de que aquilo não vai ser julgado por terceiros, e na verdade ali podem ser quem quiserem.
Claro que este discurso possui a ressalva do sexo desprotegido ou do uso de drogas, mas como a própria autora disse isto não é predominante naquele ambiente, sendo ele o sexo.
Portanto, este ritual que tanto nos causa curiosidade foi desmistificado e mais um vez foi um aprendizado em relação ao que acontece com o corpo, independente sobretudo, da sexualidade.


Aproveitaaaaaaaaaa!


 Grupo: Gláucia França, Juliana Menezes, Lana Rodrigues e Rômulo Barreto.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dark Room

   "Nesse contexto, o tato é privilegiado. As palavras são comumente substituídas pela linguagem corporal: as coisas que se desejam dizer e fazer, explicitam-se mediante gestos, poses e localização dos corpos no espaço ". É essa uma das principais características do dark room, segundo María Elvira.
   A proposta para o blog não é falar do texto em si mas sim da opinião do grupo sobre esse tipo de prática. Sendo assim, podemos dizer que não há nenhuma pretensão de julgar. Trata-se apenas de opinião. O dark room é  muitas vezes desconhecido e quando sim, um espaço alvo de piadas. Mas, se refletirmos a fundo, como fez María Elvira, sobre os sentimentos e a profundidade das relações das quais ele é palco, perceberemos que ele é muito mais que um espaço de "pegação".
  Como nenhum dos integrantes do grupo frequenta esse espaço, não podemos dar um testemunho como o da autora do texto. Nossas opiniões são baseadas em conceitos e pré-conceitos. A impressão é de que trata-se de um lugar "sujo" e de que sempre seria melhor se essas práticas sexuais fossem realizadas de outra forma, em locais mais apropriados. No entanto é, muitas vezes, a única opção de seus frequentadores.
   Ainda mais se tratando de um público homossexual que, em vários casos, não é aceito  pela família e pela sociedade em geral. Além da maior dificuldade para encontrar um parceiro. Apesar da homossexualidade estar crescendo, a paquera dos gays é sempre mais "perigosa". Se um gay paquera um hétero, na dúvida pela opção sexual do outro, corre o risco até de apanhar. Sendo assim, o espaço das boates e, consequentemente, do dark room é mais "seguro" nesse caso.
   Uma questão é o fato de que os frequentadores desses locais estão, muitas vezes, bêbados ou drogados. O fato de o dark room abrir horas depois da boate já deixa isso implícito. A bebida e as drogas podem ser importantes na hora de encorajar seus usuários para a paquera. Mas, é preciso cuidado. Sob efeito desses dois, é mais fácil se esquecer da camisinha, por exemplo. Talvez esse seja um dos principais problemas reais desse lugar, deixando de lado os preconceitos.


(Andrey, Angélica, Taynara - Jornalismo)

domingo, 13 de junho de 2010

Ensaio Fotográfico: (des)construção

Construir um corpo com pedaços diferentes e com diferentes significados não é uma idéia nova. Desde os mitos antigos isso acontece, como os do Antigo Egito, onde os deuses são antropozoomórficos e cada forma animal possui um significado. Ou até mesmo no mito grego de Hermafrodito, filho do deus Hermes e da deusa Afrodite e que era representado como uma mulher com um pênis: macho e fêmea em um só corpo. A proposta da fotografia segue por um caminho parecido, onde corpos são construídos com partes diversas, oriundos de contextos diferentes e onde impera discursos diferentes. Cada parte do corpo construído é retirada de outro corpo pertencente a instâncias que discursam e ditam verdades, condutas e comportamentos. Essas instâncias são várias: a moda, a ciência, a religião, os quadrinhos, o cinema, a arte, a pornografia, etc.

O resultado é uma multicolagem de discursos representados nas partes, num quebra-cabeça bizarro. A intenção central é juntar num mesmo espaço bidimensional e reduzido uma série de discursos que permeiam a sociedade, que se rivalizam e são obrigados a conviverem juntos. A partir da imagem pronta, claro, os interatores poderão emitir seus julgamentos e atribuir novos significados, possivelmente até mais relevantes que esse. Desta forma, a proposta possui como técnica a apropriação de imagens e sua recontextualização, que lhes dão novos significados. São fotomontagens, remetendo às realizadas por Hannah Hoch e Raoul Hausmann no movimento Dadá e que possuiu inúmeros praticantes nas artes visuais pelo século XX e atualmente.

Ensaio Fotográfico - Os corpos falam

      Durante a disciplina foram discutidas várias formas de se representar a partir do corpo e comportamento. O ensaio fotográfico a ser realizado é uma junção de várias formas de representação, onde o próprio corpo é capaz de “falar” e passar uma breve análise do perfil de cada pessoa ali representada.

      Diferente do texto apresentando, com corpos em movimentos e buscar por detalhes individuais de cada modelo, buscaremos fotografar um todo, um comportamento, uma identidade traçada no seu corpo e hábito.

      Trabalhando alguns dos temas retratados em sala de aula, como obesidade, anorexia, corpos totalmente malhados e prostituição, buscaremos retratar em cada fotografia uma situação onde o indivíduo sujeito a um desses temas representa o que é a partir de hábitos.

      Permitindo uma análise totalmente voltada ao corpo, cortaremos o rosto de cada modelo, para que apenas o corpo retratado no cotidiano desta pessoa o possa descrever, sem a necessidade de expressões e traços, podendo confirmar que os corpos falam.

(Laura Rincon e Danielly Lopes)

Ensaio Fotográfico: Em nome da beleza

Em nome da beleza, tenta-se de tudo. Das simples rodelas de pepino nos olhos ao drástico bisturi, variedade é o que não falta para quem corre atrás do padrão estético das beldades que posam para revistas e desfilam na TV. Isso inclui dietas, malhação, remédios, cosméticos, horas de “tortura” nos salões de beleza e toda a parafernália oferecida para alcançar o inalcançável.


As pesquisas comprovam: 92% das garotas declaram querer mudar pelo menos um aspecto físico; nove entre dez mulheres querem melhorar alguma coisa no corpo. Um corpo “perfeito” criado e imposto pelos meios de comunicação em massa, um corpo que aflige grande parte da população feminina, um corpo que nos faz pensar sobre o que realmente é belo.

Atualmente nos encontramos em uma sociedade de narcisistas e consumistas; entorpecidos e moldados por um padrão estético imposto e valorizado pela mídia. "A mídia vive também do sensacionalismo e da exploração da morte. Para que ela se mantenha, nos matamos um pouco a cada dia sob diferentes aspectos", declara a comunicóloga e professora de jornalismo, Marina Quevedo. Mas o momento é de refletirmos e repensarmos não apenas sobre padrões estéticos, mas sobre padrões éticos e morais. Até que ponto uma pessoa pode chegar para alcançar o espelho de narciso? Uma simples manicure ou tubos, próteses e bisturis? Até que ponto podemos alcançar a “perfeição” e até que ponto ela pode ser alcançada?

Nesse sentido a idéia do nosso ensaio fotográfico é registrar momentos em que a mulher esteja submetida a um tratamento de beleza, em que na maioria das vezes se apresentam como sacrifícios ao corpo humano. Dessa forma o grupo irá buscar retratar o corpo feminino em momento de dor em nome da beleza. A idéia é que as fotos sejam tiradas em salões de belezas, centro de estética e academias, que são os lugares mais freqüentados para se alcançar a tão mistificada beleza perfeita.

De acordo com os conceitos apresentados por Wilson Garcia em “O corpo na fotografia: anotações” o ensaio será “registro da atividade humana” já que “o corpo pode vivenciar uma potencialidade que a fotografia tenta documentar” o que faz do tema do ensaio um assunto interessante, uma vez que “o corpo é um assunto emergente na agenda contemporânea”.



Alunos: Cristiane Rodrigues, Jean Pierre, Janaina Eleuterio, Nathana Oliveira e Samantha de Paula

Ensaio de lingerie e o corpo como tela

Nosso ensaio fotográfico abordará dois temas. Serão duas fotos de cada um deles, totalizando quatro imagens. Nas palavras de Wilton Garcia retrataremos “o corpo que na arte e no mercado espetaculariza-se como objeto-produto”.

O primeiro assunto tratado é a sensualidade do corpo da mulher, por meio de fotos da modelo vestida com lingerie. Elas exploram o erotismo e querem provocar desejo, pela roupa e pelo corpo que a veste. As imagens não mostrarão muito o corpo da mulher, mas serão sensuais. Nestas fotos o corpo será representado como produto.

O segundo tema, resultará num trabalho mais artístico. O corpo será usado como tela, representado pela projeção de imagens sobre o corpo quase nu. Como afirma Garcia, o corpo na arte “extrapola a conotação de desejo, erótica, gênero, sexo e/ou sexualidade”. Nesta proposta o corpo será tratado como objeto.

Alunas: Heloane Grecco e Lívia Marques

sábado, 12 de junho de 2010

Ensaio fotográfico - Todo dia um corpo

    Como forma de representar o corpo a partir dos temas trabalhados durante a disciplina, buscamos abordar no ensaio fotográfico o corpo em processo de subjetividade. Mais precisamente, o corpo durante uma intervenção do seu dono, seja num ritual de beleza, seja no ato de se vestir, seja em práticas esportivas. O objetivo é mostrar o movimento do corpo de um indivíduo enquanto este interfere em sua composição, com toda sua particularidade, para dialogar e se mostrar ao mundo.
    Sendo assim, o retrato de uma ação corporal cotidiana é o enfoque desse registro fotográfico. Como afirma Wilton Garcia, em “O corpo na fotografia: anotações”, “O corpo na fotografia torna-se escritura de subjetividades”. A imagem fotográfica será espaço de representação de um corpo em constante transformação do indivíduo. Fazer a barba, a sobrancelha, pentear os cabelos, passar batom, vestir-se, correr… Tais rituais buscam estreitar o ato criativo na fotografia, como cita Garcia, com o ato criativo diário no corpo.


Bruno Vieira
Nathália Carneiro
Paulenio Albuquerque

A desconstrução da imagem-barbie

 O padrão de beleza feminino divulgado pelos meios de comunicação mostra-se uma violência psicológica à mulher, tendo em vista a imposição de uma estética de corpos excessivamente magros, jovens e europeizados, características da boneca Barbie. Assim, a imagem feminina divulgada pela mídia é discriminatória, irreal, não contempla a diversidade da população feminina e, é pouco saudável.

A pressão para que os corpos atinjam esse ideal provoca, como discutimos em sala, distúrbios alimentares e gera uma relação de conflito e negação com o próprio corpo.

Dessa forma, o ensaio fotográfico proposto tem por objetivo desmistificar a imagem da mulher-Barbie, registrando-as na sua forma real. Pretende-se fotografar suas atividades diárias e as situações cotidianas, onde as memas são forçadas a se “transformarem” para se adequar ao padrão da boneca na sociedade.
As fotografias revelarão, por exemplo, mulheres ao amanhecer sem estar necessariamente com aquela lingerie sexy ou maquiada. Num segundo momento, registrará todo o tempo que é gasto na produção da imagem-barbie (escovando os cabelos, fazendo unha e maquiagem, etc).

A ideia central do ensaio é desmistificar o padrão irreal de beleza cultuado pela mídia e valorizar a mulher em suas formas reais.



(Gláucia França, Juliana Menezes, Lana Júlia e Rômulo Barreto)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ensaio fotográfico: o corpo masculino dos strippers nas boates gays de Goiânia.

A partir dos textos discutidos em sala “O complexo de Adônis – a obsessão masculina pelo corpo” e alguns capítulos lidos do livro “Nu & Vestido”, nos chamou atenção esta busca incessante por um corpo considerado belo entre os homens. Preocupação esta, muitas vezes excessiva, vem desmistificar um antigo conceito que a sociedade ocidental divulgou durante muitas décadas: onde majoritariamente, nós, mulheres preocupamos e estamos insatisfeitas com o corpo.
Não é preciso de um estudo aprofundado para notar que nas academias, em especial goianas, eles malham todos os dias, tomam suplementos alimentares, controlam seus pesos, buscam comer de forma mais saudável e frequentam, incansavelmente, as rotinas de atividades oferecidas por elas.
Na década de 70 as casas noturnas começaram a exibir shows com homens que se despiam e hoje isto se tornou muito comum em boates gays. É um espetáculo repleto de braços musculosos, barrigas definidas, pernas visíveis, e danças sensuais que agradam aos olhos de quem assiste.
Através destas análises decidimos, então, que nosso ensaio fotográfico seria em casas noturnas gays da cidade de Goiânia, aonde haja shows de strip-tease, de preferência, para que possamos destacar e retratar esta busca incansável pelo corpo masculino perfeitamente musculoso e proporcional e sua aceitação. Nosso projeto visa fotos desses homens no palco durante o espetáculo, dando um recorte maior para os músculos definidos. Queremos um ensaio espontâneo, com iluminação local e que demonstrem aquele momento, já que poderá haver uma futura exposição de fotos, e não queremos expor quem são, mas como são, e nosso ponto de vista sobre o tema abordado.
O artigo de Wilton Garcia aborda a utilização do corpo na fotografia contemporânea. Através de teorias e ensaios fotográficos destaca a flexibilidade e o deslocamento que a imagem do corpo pode sofrer na fotografia.
Além de pesquisador, Garcia é artista visual e tem o corpo como mote do seu trabalho; porém, é no processo de criação que ele ganha subjetividade. Trabalhando com cores, filmes e câmeras específicas, ele nos revela produtos simbólicos e culturais no âmbito da arte.
E assim o autor nos faz pensar no corpo como produto da arte e sua subjetividade como crítica de flexilidade.
“Quando o corpo em cena se espetaculariza, basta atinar os relevos que abraçam as linhas e contornam dorsos, pernas, braços, lábios. Há uma mensagem que fica impregnada de subjetividade com a força imanente do corpo que dita o mundo, sobretudo hoje. Muito mais que criar a possibilidade de emanar erótica e desejo, o corpo torna-se a chave enigmática que suspende direcionamentos conceituais na fotografia.” (Wilton Garcia)


por Ludmilla Abdalla, Alexa Prates e Alice Maia.

Ensaio Fotográfico 2

A proposta do nosso ensaio veio da discussão sobre moda e beleza construídos pela mídia. Vocês se lembram daquele texto que começa com uma frase da Cindy Crawford? ("Antes de passar pelo menos duas horas com o maquiador e o cabeleireiro, nem eu pareço com a Cindy Crawford.") E lembram da discussão que teve aqui no blog sobre o uso de photoshop? O nosso ensaio é uma tentativa de transformar jovens "comuns" em "catálogos" de revista. A ideia é mostrar que qualquer pessoa pode se sair bem numa fotografia desde que tenha a roupa, a maquiagem e os retoques certos. Os "modelos" voluntários são primos e amigos, de estilos diferentes, mas não chegam a representar uma diversidade absoluta. As fotos serão feitas em estúdio (improvisado), lembrando que não temos total domínio sobre câmera, jogo de luz ou photoshop. Mas esperamos que dê certo! 
Já que foi citado photoshop, achei um site muito legal de fotos de famosos com e sem photoshop. Aqui vai uma "amostra" da Penelope Cruz. Divirtam-se :)


link:  http://www.iwanexstudio.com/  (clique em Portfolio para visualizar as fotos)

(Bárbara Daher, Gabriela Santillo e Susanna Vigário)

ENSAIO FOTOGRÁFICO


              A disciplina abordou vários temas relacionados ao corpo e ao papel da mídia e da sociedade no sentido de reforçar preconceitos e o conceito de “corpo ideal”. Na maioria das discussões feitas em sala de aula e aqui no blog o consenso foi de que esse ideal não existe e que as pessoas deveriam se sentir bem com o corpo que têm, sabendo valorizar suas qualidades. Nesse ponto, inclusive a moda esteve em pauta e o consenso novamente foi que as pessoas devem vestir aquilo com o qual se sentem bem.
              Pensando nisso, a proposta do grupo será a de contemplar esses temas mas, expondo também a nossa opinião enquanto fotógrafos. Alguns temas propostos deixaram de discutir a questão da saúde e do convívio social, focando apenas na questão de beleza. Uma pessoa obesa, por exemplo, precisa emagrecer não apenas para ficar bela mas também para ser mais saudável. Uma pessoa que se veste de forma bizarra, dando outro exemplo, deveria levar em consideração o fato de que ela vive em sociedade. E aí entra uma nova proposta de discussão: “se sentir bem basta? É o único fator importante?”
              Baseada nesse novo questionamento, a  proposta é a de focar nos diferentes tipos de corpos e de roupas das pessoas tentando levar à reflexão para o questionamento acima. Outra sugestão é de que essas imagens fossem captadas no câmpus II da UFG pela facilidade de se encontrar essa diversidade. Talvez o espaço conhecido como "Pamonharia", um bar fora do câmpus, seja também um bom local pela possibilidade de encontrar nossos "modelos" mais "descontraídos".

          





          
O corpo na fotografia: anotações (Wilton Garcia)

       O artigo  tem um enfoque contemporâneo do corpo na fotografia. O autor tenta atualizar a leitura acerca da fotografia. No entanto, o texto é bastante cansativo - para não dizer chato. Garcia usa uma linguagem rebuscada ao invés de simplificar. "Algo que enuncia, conceitualmente, a prática e a teoria. Ou seja, é algo que oscila, constantemente, como o pêndulo de Michel Foucault. Acredito que, a criação coabita uma leitura crítica interdisciplinar entre prática e teoria."(Só um exemplo)
           Se o autor critica a imagem técnica armada e prega a simplicidade, poderia começar pelo seu texto - é claro que não se pode esquecer a nossa ignorância. Garcia mostra que o corpo é mais do que contemplado e é uma peça de consumo registrado pela fotografia. A foto sai da esfera de apenas um registro para transitar entre arte, comunicação e design.
          Em seus ensaios fotográficos, Garcia utiliza filmes velhos, com validade vencida e máquina fotográfica mecânica. Desta forma, o autor cria uma expectativa sobre a imagem que será revelada. É sempre uma incógnita. São imagens de corpos (partes) desfocados, muitas vezes impossíveis de serem identificados. 

(Andrey Soares, Angélica Queiroz, Taynara Borges)