terça-feira, 2 de novembro de 2010

O padrão de beleza e as novas tendências da mídia


O corpo perfeito, a beleza impecável tem sido um dos produtos mais oferecidos pela publicidade, e com grande sucesso. Entretanto não é uma beleza qualquer, pois a sua representação vem recoberta de uma série de exigências que passam pela estética e pela moda, aproximando-se daquilo que é considerado o ideal do grupo, inclusive expondo as modificações culturais e as marcas sociais percebidas nas sociedades.
O perfeito e belo passou a ser desejado e, muitas vezes, utilizado como objeto nos veículos de comunicação, seja, tanto para vender produtos femininos quanto masculinos, assim como apontando para um padrão de beleza que deveria ser seguido por todos, ou seja, um modelo estético passa a ser veiculado pela mídia.
Assim, a mídia passou influenciar fortemente a massa, uma vez que grande parte dela, cada uma a sua época, desejava seguir os padrões estéticos ditados na sociedade, seguindo as normas impostas, as quais nem sempre foram fáceis de serem obedecidas, pois exigiam e ainda exigem imenso esforços por parte do público alvo. Tais exigências podem ser identificadas em todas as épocas, gerando, assim, um modelo de beleza e estilo a ser seguido pela massa de cada período histórico.
Atualmente a mídia vem expondo um conceito distinto ao do que segue o modelo estético, e como exemplo posso citar dois casos: A Campanha Pela Real Beleza DOVE e a série musical GLEE.
A campanha da empresa Dove, mostrou que as mulheres podem se considerar bonitas, mesmo estando longe dos padrões estéticos tão propagados nos meios de comunicação (corpo esguio, livre de qualquer marca do tempo ou marcas como estrias, celulites). Esta campanha envolveu pesquisas e discussões a respeito da beleza feminina.
De acordo com Patrícia Aversi, gerente de marketing de Dove: "Queremos fazer com que as mulheres se sintam mais bonitas diariamente, ampliando a visão limitada de beleza que existe hoje, inspirando-as a se cuidar. Enfim, que valorizem suas próprias características e parem de sofrer para chegar a um padrão de beleza praticamente inatingível".
A série “Glee” tem feito muito sucesso com a sua bem sucedida primeira temporada, e agora com o desenrolar da segunda. Mas também não é por menos, pois a série explora o oposto do que o High School Musical apresentou. Em "Glee", o coral é formado basicamente por alunos impopulares na escola, que rivalizam com a turma mais popular, como as líderes de torcida e os atletas. Na turma está presente a parte da enorme massa de americanos que não se encaixa nos padrões vencedores do país: uma garota judia desajustada, um garotão desengonçado, uma negra obesa, um gay escancarado, dois asiáticos, um cadeirante, entre outros. Em vez de praticar esportes, eles preferem cantar e isso é o que chama atenção e interesse ao seriado, pois o drama e a comédia fogem um pouco daquilo do que se cansa de ser mostrado em novelas, séries filmes, propagandas, etc. Novos temas são expostos nesta série musical pois, além de crises da adolescência, assuntos como a homofobia, preconceitos etnicos, problemas encontrados por deficiêntes físicos e divergências religiosas são apresentados nele e isso enriquece muito o programa.
Talvez seja a nova tendência explorar o que foge do padrão estético, do modelo irreal americano de ser. Talvez seja a hora de explorar a realidade, encarar de fato como realmente somos, e o que realmente nos envolve. Talvez chegou a hora de favorecer a maioria, e não a menoria que é exposto todos os dias na televisão, nas revistas, na internet, nos anúncios, para iludir a massa, pois quem quer viver um sonho que não acorde, nunca mais.




Por Diego D'ascheri Ramirez

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