quarta-feira, 17 de março de 2010

Sexo Virtual Tátil

     A intenção do curta que retrata "o encontro amoroso de 3 plásticos e o distanciamento nas relações entre os seres humanos na sociedade tecnológica” tanto pode agradar como desagradar completamente. Ao abrir uma discussão sobre plastificação do sexo e as relações humanas no mundo moderno, o diretor Marcius Barbieri não teve medo de ousar.
      Em seus 8 minutos, o filme usa e abusa de cenas de sexo com uma boneca inflável, que ocupam grande parte das cenas. Ao fazer isso o diretor se arriscou. Os espectadores podem interpretar essa opção através de diferentes pontos de vista. E esses pontos de vista podem ser, muitas vezes, subjetivos.
      Há quem pense que isso é bom porque choca e abre a reflexão e há quem compare o filme a um pornô apenas. Existem pessoas que podem apenas achar o filme nojento, ao mesmo tempo, existe quem acredite que  o vídeo abra discussões sobre o quanto alguns suportam o tema da sexualidade em uma linguagem mais direta. Todas as opiniões bastante sustentadas pela subjetividade.
     Sendo assim, Barbieri pecou pelo exagero, intencional ou não. Sendo um pouco mais sutil, talvez ele conseguisse ser mais claro em sua intenção e em suas provocações. Muita gente pode apenas se assustar com o exagero e não pensar em discussão alguma.

     Mas, com certeza, é uma ótimo tema. Tanto que o filme já rendeu vários prêmios a seu diretor:  Melhor vídeo no Festival de Vitória 2003, Melhor Ator no Mostra ABCV do Cinema Brasiliense 2004 e Melhor Direção de Arte no Mostra ABCV do Cinema Brasiliense 2004.

(Angélica Queiroz, 7º período, Jornalismo)

5 comentários:

  1. Na minha opinião este curta se define como “insosso e inodoro”, acredito que a intenção do autor era mesmo levantar uma critica a respeito da relações humanas na atualidade. No entanto, ao ver o filme se tem a impressão de estar assistindo apenas um trash pornô. Talvez se Marcius Barbieri tivesse utilizado órgãos genitais verdadeiros contracenando com Flávia Inflável conseguira levantar algum tipo de discussão. Mas, se alguém tiver o interesse em experimentar... o curta-metragem http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=2033&Exib=2769

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  2. Na verdade achei esse caráter 'fake' (tanto dos órgãos genitais quanto da parceira)muito interessante. Ele muda completamente a visão em relação ao filme. Se fossem reais, seria praticamente 'impróprio' para ser visto em sala de aula, e a maioria das pessoas ficaria horrorizada, ou com vergonha... Mas já que é tudo falso mesmo, "dá pra ver e fazer uma crítica"...

    Acho que ele trabalhou também muito bem essa questão de fetiches sexuais da sociedade mesmo, um com a boneca e o outro com o voyerismo.

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  3. Concordo com a Gabriela. O caráter fake fez com que muita gente desse risada na sala de aula, ao invés de ficar chocado ou revoltado. Mas é interessante observar que enquanto a maioria riu do filme, achando aquilo tudo um absurdo ou algo irreal, o que é retratado no curta são coisas que acontecem sim, e que inclusive têm muitos adeptos. É uma realidade muito mais comum do que a gente pensa.

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  4. Ao meu ver, o vídeo tem como uma de suas intenções criticar a relevância que as relações sociais tem perante ao sexo, ao fetiche... A questão da plastificação só aumenta ainda mais essa crítica!! Achei interessante o modo como o diretor tratou o assunto...

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  5. Eu não diria que o diretor Marcius Barbieri pecou pelo exagero. A mensagem que ele busca transmitir requer esse exagero para fugir do tradicional e causar um impacto sobre os espectadores. A utilização das bonecas de plásticos é um outro recurso utilizado para trasmitir implicitamente a mensagem pretendida pelo diretor.

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