quinta-feira, 25 de março de 2010

Travestis e Transexuais: o ontem e o hoje

A palavra travesti é de origem francesa e remete a ação de disfarçar.  No Brasil, a travesti artista se tornou popularmente conhecida nas décadas de 80 e 90. Em programas de auditório como "Programa do Bolinha" e "Programa Silvio Santos" belas travestis transformistas se apresentavam como dublês de divas do cinema e do rádio. Mas, muitas vezes, eram tratadas como "seres estranhos e exóticos" pela mídia massiva.

Travestis e Transexuais, diferente do que muita gente pensa, não possuem as mesmas características. A travesti tenta incorporar o máximo da feminilidade para si, vive durante todo o tempo como mulher e ambiciona despertar o desejo dos homens. Já a transexual sente-se uma mulher em corpo errado, em corpo de homem, por isso deseja reconstruir-se e se tornar sexualmente mulher.

Com o fim do regime militar e as lutas pela liberação sexual, a figura da travestilidade começou a fazer parte do imaginário coletivo e urbano da sociedade brasileira. Uma imagem, geralmente, vinculada a prostituição e infelizmente inferiorizada socialmente.

Atualmente, em muitas novelas televisivas observam-se abordagens cômicas para personagens travestis. Tal representação é totalmente ficcional, visto que na vida real uma abordagem dramática talvez seja mais pertinente. Digo isso, pois a discriminação existe e a mídia parece-me pouco se importar com a mudança dessa realidade de exclusão.

(Lívia Marques)

9 comentários:

  1. Nas primeiras aulas, achei que tava entendendo a distinção entre travesti e transexual: de uma maneira simplificada, sem cirurgia e com cirurgia, respectivamente. Mas depois da última aula, acho que não existem mais diferenças tão claras. A cada dia tento abrir mais a minha cabeça para entender que identidade sexual e identidade de gênero não são a mesma coisa.

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  2. Ótimo post Lívia.
    =]

    Tava vendo no youtube um recente debate no ridículo Programa do Ratinho. No programa uma das participantes ora era chamada travesti ora transexual. Trataram como sendo a mesma coisa, possivelmente por ignorância ou o típico pensamento de que "é tudo viado, tudo a mesma coisa".

    Depois dêem uma olhadinha. Se tiverem paciência de chegar até a parte 3 [quase não aguentei rs], opinem lá. rs http://www.youtube.com/watch?v=nTFVRxqewsM

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  3. Pra mim a distinção entre transexuais e travestis nunca foi bem clara, com a ultima aula, a apresentação da Aline e seu trabalho e com os debates em sala tudo parece ter ficado mais organizado conceitualmente falando.

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  4. Acredito que uma das maneiras de diminuir esse preconceito é a informação. A grande maioria da população, por nunca terem debatido ou analisado sob uma perspectiva científica o assunto, recorrem aos pensamentos preconceituosos que já existem a várias gerações.
    A mídia tem portanto uma forte parcela de culpa nisso tudo, pois é um dos principais formadores de opinião em nossa sociedade, e fonte única de informações para uma grande parcela da população (e não coincidentemente, a parcela menos esclarecida sobre o assunto). Uma abordagem mais esclarecedora e menos preconceituosa do tema, criaria aos poucos na população uma nova visão de travestis e transexuais.

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  5. Embora as aulas tenham contribuido muito para a organização desses conceitos, ainda não entendo claramente a distinção entre esses dois termos. Por isso minha discussão não será nesse sentido.
    Sobre o enfoque dado pelas telenovelas a esse tema, citado no texto da Lívia, acredito que existe um despreparo por parte dos autores e diretores. Muitos acreditam que só de dar espaço a esses grupos já estão fazendo suas partes e mostrando não terem preconceito. E o que acontece, em grande parte dos casos, é justamente o contrário. Tratar os travestis e transexuais em tom de comédia, muito mais contribui para os preconceitos do que ajuda. Talvez falte aos diretores, autores e todos mais a quem cabe atribuir o enfoque de uma novela, por exemplo, pensar nisso.

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  6. As telenovelas abordam o tema "travesti/transexual" num lado pejorativo, cômico, assim como a Lívia citou no texto. Porém, acredito que isso demonstra que a mídia não absorve signos e estereótipos que não seguem o padrão de dualidade masculino/ feminino. Essa discriminação mostra que a sociedade consumista ainda não absorveu esse nicho. Ou seja, todo o "preconceito" e "discussão" é gerado por uma mídia que só trata de gêneros que esteja inserido em um determinado padão/ nicho de consumo.

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  7. Achei muito ruim ter faltado essa aula, porque foi mto esclarescedor essa diferenciação de travesti x transexual. Acho que quase todo mundo ali achava que a maior (e talvez única) diferença entre os dois era que um tinha cirurgia e outro, não.
    Agora a gente vê que a questão é muuito mais complexa que isso.

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  8. Cristiane Rodrigues3 de abril de 2010 às 07:55

    Concordo com você Gabriela...
    essa aula deve ter sido bem mais esclarecedor do simplismente "com ou sem cirurgia".
    O tema é complexo porque quando se trata de identidade pouco ainda se entende. Podem-se traçar perfis mas a sociedade ainda está longe de entender as definições reais de travesti e transexual, é aí que deveria entrar o papel educativo e esclarecedor da mídia...
    pena que disso também ainda estamos longe!

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  9. Assim como a maioria, eu pensava que a diferença entre transexual e travesti estava apenas no fato de um fazer a cirurgia e outro não. Agora consigo perceber que essa diferenciação vai mais além, engloba a diferença entre identidade sexual e identidade de gênero. A mìdia no seu papel de informante deveria não só seder o espaço para esse assunto, mas também esclarecer essa questão tão pouco compreendida pela a maioria.

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