quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nas escuras...

Maria Elvira Díaz fez um trabalho bastante interessante á respeito do tão curioso "Dark room"... Gostamos da forma com que a autora tratou o tema, usando a Antropologia Ritual para embasar e argumentar o assunto. Achamos fantástica a ideia de fazer uma etnografia sendo uma observadora acompanhante ao invés de observadora participante ou seja, ela não participa do ritual, apenas observa e acompanha. É bom também enfatizar que ela não usou os sons para fazer seu trabalho, apenas os gestos e as performances. Em nosso ponto de vista ela foi bastante audaciosa ao tratar de um tema tão misterioso e ao mesmo tempo vítima de pré-conceitos.

Achamos interessante o poder que o escuro tem de soltar e desprender as pessoas. Com as luzes apagadas tudo é permitido. Com certeza a maioria dessas pessoas não teria coragem de praticar tais rituais se as luzes tivessem acesas. O escuro também remete a um descomprometimento em relação aos parceiros, pois entendemos que as pessoas de fato não querem saber quem são seus parceiros, onde moram, como vivem, as pessoas querem apenas prazer. Outro aspecto importante a ser destacado é o fato de se ter pouquíssimos diálogos entre os parceiros, predominando assim exclusivamente a linguagem corporal, sendo que cada gesto tem uma função bastante especifica nas relações.

Não sei se é por nossas crenças, princípios, tradições... Mas particularmente não concordamos com os rituais que acontecem no “Dark Room”. Talvez seja uma forma bastante extremada de busca pelo prazer. Não por se tratarem, em sua maioria, de práticas homoeróticas, mesmo se fossem entre casais héteros acharíamos a prática bastante exagerada e inconsequente. Sem contar que tais rituais são facilitadores para a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, fora outros danos irreversíveis que esses atos podem trazer para seus praticantes.


Danielly Lopes e Laura Rincon

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